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×Nos últimos dias de seu mandato, a administração de Joe Biden está buscando alternativas para evitar a proibição do TikTok nos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor no próximo domingo (19), enquanto se prepara para transferir a questão para o presidente eleito Donald Trump. Na última quarta-feira (15), Biden usou seu discurso de despedida para reforçar a mensagem de que a "alma da América" continua em risco. Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York A administração de Joe Biden está explorando maneiras de manter o TikTok disponível no país, mesmo que a proibição prevista para entrar em vigor no domingo seja confirmada. "Os americanos não devem esperar que o TikTok seja banido de repente no domingo", afirmou um oficial da administração, indicando que alternativas estão sendo avaliadas para evitar que o aplicativo fique inacessível. Bruce Reed, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, lidera as discussões e tem recebido apelos para impedir a proibição. Caso Biden avance com o plano, a suspensão do TikTok não marcaria o fim de seu mandato, transferindo a decisão para Donald Trump, que assume a presidência na segunda-feira. Enquanto isso, o futuro conselheiro de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, disse que o novo governo está pronto para intervir e preservar o acesso ao aplicativo no mercado americano. Já Pam Bondi, indicada por Trump para procuradora-geral, não garantiu que cumprirá a proibição durante sua audiência no Senado. A questão segue pendente de decisão do Congresso e da Suprema Corte. Discurso de despedida em tom de alerta Em seu discurso de despedida, Biden escolheu a Estátua da Liberdade como metáfora central, simbolizando o espírito resiliente e democrático dos Estados Unidos. Ele destacou que, como o monumento, o país foi construído por muitas mãos, enfrentou tempestades e continua avançando com união e trabalho coletivo. Para Biden, a estátua representa a "alma americana": uma combinação de esforços individuais e valores compartilhados que sustentam a democracia. Biden também celebrou os avanços de sua administração, como a criação de quase 17 milhões de empregos, investimentos históricos em infraestrutura e energia limpa, e a volta da fabricação de semicondutores ao país. Ele ressaltou que essas ações não apenas impulsionaram a economia, mas também plantaram as bases para um crescimento sustentável e justo no futuro. Ainda, alertou sobre os perigos à democracia, defendendo regulamentações para grandes empresas de tecnologia , transparência no financiamento político e medidas contra a concentração de poder. Decisões estratégicas Nos últimos dias, Biden tomou decisões estratégicas para consolidar seu legado e proteger políticas de seu governo. Ele proibiu novas perfurações de petróleo e gás em águas costeiras, criou monumentos nacionais na Califórnia para preservar áreas naturais e assinou a lei climática mais ambiciosa da história. No campo social, o presidente Biden concedeu um perdão recorde ao comutar as sentenças de cerca de 1.500 pessoas e perdoar 39 indivíduos, em um dos maiores atos de clemência de um único dia na história dos Estados Unidos. Além disso, ele retirou Cuba da lista americana de países que patrocinam o terrorismo , uma medida que reverteu a classificação atribuída pelo governo Trump. Biden também expandiu as proteções contra deportação para milhares de imigrantes, incluindo aqueles de países como Venezuela e Ucrânia. No campo global, reafirmou o papel dos EUA como líder mundial, com apoio à Ucrânia e estratégias para competir com a China em tecnologia. Essas ações refletem o compromisso de Biden em consolidar um legado focado em justiça social, inovação e defesa dos valores democráticos.…
O número de turistas que visitaram a Espanha foi 10% maior em 2024 do que no ano anterior. O país o segundo do mundo a receber mais visitantes, atrás apenas da França. Ministro espanhol da Indústria e Turismo, Jordi Hereu classificou os dados como muito positivos e disse querer que a Espanha ganhe a “Champions League” da qualidade de experiência turística. Ana Beatriz Farias , correspondente da RFI na Espanha Os 94 milhões de turistas que foram à Espanha em 2024 gastaram € 126 bilhões no país, o equivalente a mais de R$ 780 bilhões. A cifra é 16% maior que no ano anterior. Os dados divulgados pelo governo espanhol têm caráter provisório e se referem ao cálculo de previsões de encerramento de ano. Ao comentar o levantamento, o ministro da Indústria e Turismo, Jordi Hereu, classificou os índices como “espetaculares” e ressaltou algumas tendências relacionadas às viagens feitas ao país. Uma delas foi o aumento de visitas fora da alta temporada. Ao comparar 2019, último ano antes da pandemia, com 2024, percebe-se um aumento mais significativo no turismo durante os meses de baixa e média temporada em relação ao crescimento observado nos meses de alta temporada. Geração de renda O ministro do turismo destacou também a quantidade de empregos gerados pelo setor, adiantando os dados relativos a dezembro, que ainda serão publicados oficialmente. O emprego no turismo aumentou 3,8% no último mês do ano passado, em comparação com o mesmo mês de 2023. Em dezembro de 2024, havia um total de 2,6 milhões de trabalhadores no setor – o maior número de contratados da série histórica. Além disso, o número de empregos temporários relacionados ao turismo diminuiu, enquanto os empregos fixos do setor aumentaram, ainda na comparação entre o último mês de 2024 e o do ano anterior. A prefeitura de Madri também divulgou números relacionados ao turismo na temporada de fim de ano de 2024. Os dados, proporcionados pela Associação Empresarial Hoteleira de Madri, apontam que a capital teve uma média de ocupação hoteleira que chegou a 87% no fim de semana dos dias 27 e 28 de dezembro. Além disso, as estatísticas mostram que a quantidade de turistas internacionais que visitaram a cidade durante as festas natalinas foi maior que o de turistas nacionais: 51% dos visitantes vieram de fora do país. Prognóstico positivo O Ministério de Turismo estima que a Espanha pode faturar, durante os primeiros quatro meses de 2025, € 36 bilhões de gasto turístico. Se a previsão se confirmar, o primeiro quadrimestre deste ano deve registrar um gasto turístico 16% maior que o do mesmo período do ano passado. O prognóstico é que passem pelo país 26 milhões de visitantes, 9% a mais que na mesma temporada de 2023. Diante da possibilidade de que, em 2025, a Espanha venha a quebrar um novo recorde de turistas recebidos, o ministro Jordi Hereu ressaltou que o foco está no crescimento qualitativo. Ele disse que pretende “vencer a Champions League pela qualidade e não pelo recorde de público”. Para Hereu, se o país consegue evoluir em termos de qualidade turística, o resto virá como consequência. Os dois lados da equação O aumento da presença turística na Espanha tem diferentes facetas. Em muitas das zonas mais visitadas, há movimentos contra a massificação do turismo. No ano passado, esse discurso ganhou destaque internacional a partir de manifestações populares com forte adesão, como uma que aconteceu em julho, em Barcelona. Além de haver manifestantes percorrendo as ruas da cidade catalã pedindo a queda do turismo e entoando gritos que mandavam os turistas de volta para casa, houve até quem atirasse com pistolas de água em turistas que encontraram pelo caminho. Uma das principais queixas dos movimentos contra o turismo de massa é o impacto sobre o mercado imobiliário. O aumento da oferta de apartamentos de aluguel por temporada torna os imóveis cada vez menos acessíveis para compra e aluguel por quem vive nas zonas turísticas. Para frear essa tendência, a prefeitura de Barcelona anunciou que pretende acabar com todos os imóveis turísticos de aluguel por temporada até 2028. Isso significa que cerca de 10 mil imóveis voltariam ao uso residencial na cidade. A insatisfação com o turismo de massa também foi demonstrada em diferentes ocasiões em lugares como as Ilhas Baleares, as Ilhas Canárias e Málaga. O ministro do turismo disse que fica com a mensagem positiva gerada pelas manifestações. Hereu destacou que a sustentabilidade é prioridade e que repensar a oferta e estabelecer limites é o grande trunfo dos governos e das comunidades autônomas. O ministro afirmou que, há um ano, falava-se em não impor impostos e não limitar a oferta de forma alguma, mas que a situação mudou a partir de uma demanda legítima de que o turismo ajude a criar cidades melhores. Ele realçou que os benefícios devem ser mais compartilhados, territorial e socialmente, e que é necessário oferecer mais estabilidade e melhores salários para os trabalhadores do setor.…
1 Complexidades jurídicas, disputas políticas e ansiedade cercam acordo iminente entre Hamas e Israel 7:18
Há uma sensação que toma conta de Israel: a de que um acordo é iminente. Este é o tema das conversas nas ruas, dos programas de televisã e dos políticos no Knesset, o parlamento do país, em Jerusalém. No entanto, apesar dos sinais positivos e de relatos na imprensa, a resposta oficial do Hamas ainda não chegou. Segundo o que uma fonte do grupo palestino informou à Reuters, o Hamas aguarda de Israel os mapas com detalhes da retirada das tropas do país da Faixa de Gaza. Henry Galsky, correspondente da RFI em Israel Em Israel, segundo a RFI apurou, a avaliação é de que a resposta pode ser um "sim, mas". Ou seja, o Hamas pode vir a estabelecer novas condições que levariam a um prolongamento das negociações. Um dado relevante é o envio por parte da Jihad Islâmica Palestina de uma delegação ao Catar, onde ocorrem as conversas ; isso porque o grupo extremista também mantém reféns israelenses em cativeiro, o que pode indicar mais uma movimentação rumo a um acordo de cessar-fogo . Do lado israelense, a expectativa é que, do momento em que houver a resposta oficial por parte do Hamas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deverá reunir imediatamente o gabinete de segurança e o governo para que ambos ratifiquem o acordo. Oposição interna em Israel Abertamente, o ministro israelense da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, fez um apelo a outro ministro, Bezalel Smotrich, das Finanças, para que juntos deixem o governo, caso o acordo seja alcançado. Smotrich e Ben Gvir são contrários a qualquer acordo que encerre a guerra com o Hamas. Ambos consideram que o cessar-fogo corresponde a uma rendição de Israel ao grupo palestino. Já o líder da oposição, Yair Lapid, deu garantias ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de que irá apoiá-lo nos esforços para aprovar um acordo com o Hamas. “Eu quero lembrar a Netanyahu novamente que ele não precisa deles”, disse em referência justamente aos ministros Smotrich e Ben Gvir. A declaração de Lapid é importante no jogo político interno, uma vez que os partidos Sionismo Religioso, de Smotrich, e Força Judaica, de Ben Gvir, detêm 14 das 120 cadeiras no Knesset, o parlamento israelense. O Yesh Atid, partido de Lapid, da oposição, tem 24 cadeiras. Ou seja, para garantir um acordo e impedir que o governo perca a maioria, um dos principais opositores a Netanyahu está disposto a aderir à coalizão. O mesmo caminho foi anunciado pelo opositor Benny Gantz, líder do partido Campo Republicano. "O partido vai dar apoio político pleno a um acordo para trazer os reféns de volta”, disse Gantz. A legenda possui oito cadeiras no Knesset. Dez membros dos 68 parlamentares que compõem a coalizão de Netanyahu assinaram uma carta de rejeição a um possível acordo. Sete pertencem ao Likud, partido do primeiro-ministro. A facção Agudat Israel, da legenda ortodoxa Judaísmo Unido da Torá, que é parte do governo, declarou publicamente que um acordo de libertação dos reféns é um "dever moral e nacional". "Devemos agir imediatamente para trazê-los de volta". Dos sete membros do partido, três pertencem à facção Agudat Israel. Familiares dos reféns pressionam por acordo Os familiares dos reféns israelenses também questionam Netanyahu, apesar de há meses apoiarem um acordo; no entanto, querem garantias de que nenhum refém vai ser deixado para trás. Em reunião com um grupo de representantes dos familiares, o premiê disse estar "pronto para um acordo de cessar-fogo prolongado que permita o retorno de todos". "Não vamos sair da Faixa de Gaza até que todos voltem", disse. A partir do momento que o acordo for anunciado, há também a possibilidade de ações na Justiça. Isso porque a lei determina a publicação dos nomes dos prisioneiros palestinos a serem libertados no acordo. E a partir daí, qualquer cidadão do país tem um prazo de cerca de 48 horas para entrar com um apelo contrário na Suprema Corte israelense. O acordo O plano é semelhante ao divulgado em maio do ano passado. Ou seja, trata-se de um acordo de três etapas que começaria com a libertação de cerca de 33 israelenses da chamada categoria humanitária (homens acima de 50 anos, mulheres civis e soldadas e homens com menos de 50 anos doentes ou feridos). Dezesseis dias após o início do cessar-fogo, as partes devem discutir a segunda fase, que incluirá o retorno dos jovens e também dos soldados sequestrados. Na terceira fase, haverá negociações sobre a formação de um governo alternativo e a reconstrução da Faixa de Gaza. Após a libertação dos primeiros reféns, o exército de Israel deve iniciar um movimento de retirada das tropas das áreas mais povoadas da Faixa de Gaza. Na sequência, depois da libertação de mais quatro reféns, Israel irá permitir o retorno dos palestinos deslocados internamente em Gaza para que possam regressar ao norte do território. Israel também teria concordado em libertar entre mil e 1.300 prisioneiros palestinos, inclusive 190 que cumprem pena há mais de 15 anos. Nenhum dos membros do Hamas envolvidos nos ataques de 7 de outubro de 2023 será libertado. Em paralelo, a Autoridade Palestina (AP), o governo palestino reconhecido pela comunidade internacional, está determinada a assumir o controle da Faixa de Gaza sem qualquer envolvimento do Hamas, revelou uma fonte egípcia ao canal público israelense. Segundo o relato, o assunto está em discussão com os membros da administração Trump antes de sua posse, em 20 de janeiro. O Egito tem mediado negociações para um acordo sobre a administração civil de Gaza após a guerra, mas não teve sucesso em reunir a AP e o Hamas num único comitê de gestão. Fontes apontam que a recusa da AP se deve à falta de confiança no Hamas, acusado de tentar desestabilizar a Cisjordânia e o governo do presidente Mahmoud Abbas.…
As previsões para as próximas 48 horas não são muito preocupantes para os moradores da grande Los Angeles, o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA emitiu um aviso de rajadas de vento que podem atingir 110 km/h. Com isso, toda a região está em alerta vermelho até quarta-feira (15). Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles O alerta de perigo extremo terá vigor das quatro horas da madrugada, horário local, desta terça-feira (9h horário de Brasília), até a noite de quarta, e coloca em risco, principalmente, as regiões que ainda não tiveram os focos completamente contidos, como os de Pacific Palisades (14% contido) e de Pasadena (33%). Mas, o alerta vermelho se estende por todo o sul do estado, chegando até a divisa com o México, e ao norte, até o condado de San Luis Obispo. Há uma semana, foram rajadas com velocidades de furacão, algumas que chegaram a mais de 120 km/h, que alimentaram e propagaram os incêndios que já mataram, pelo menos, 24 pessoas e destruíram mais de 12.000 estruturas. Esse medo retorna agora nesses próximos dois dias, com rajadas não tão fortes como na semana passada, mas ainda furiosas. Os ventos fortes trazem vários perigos diante da situação vivida hoje na região , podendo causar comportamento extremo em incêndios em andamento ou transformar qualquer faísca em um inferno furioso, como foi visto na última semana. Essas condições também não permitem que as aeronaves continuem suas missões de combate ao fogo pelo ar. Com apenas o trabalho por terra, é impossível alcançar um progresso rápido. Em boa parte das regiões montanhosas, cheias de cânions, não há acesso por estradas. Esses ventos quentes que sopram do interior à costa da Califórnia são chamados de Santa Ana, fenômeno meteorológico frequente que se forma no deserto, mas são mais frequentes durante o verão, não no inverno como agora. Os ventos de Santa Ana secam rapidamente a vegetação, tornando-a altamente inflamável e tudo já está muito seco. Desde abril do ano passado, essa região não recebe chuva, e a umidade do ar está baixíssima. Uma pequena faísca pode viajar quilômetros impulsionada por essas rajadas e começar outras queimadas. Investigações Neste último final de semana, uma equipe de investigadores federais chegou a Los Angeles para estudar as causas dos focos de incêndios que já queimaram 150 km². Eles já mapearam onde pode ter sido o início do incêndio que devastou Pacific Palisades, e isolaram a área. Mas, por enquanto, não há ainda nenhuma causa confirmada. Em um dos focos menores no Eaton Canyon, segundo o Los Angeles Times, uma torre elétrica está sendo investigada como a possível origem do incêndio na região, já que aparentemente foram avistadas ali as primeiras chamas do foco. Rede de solidariedade Uma forte rede de apoio une os moradores. Há centros de doações de alimentos, roupas e, inclusive, de doações em dinheiro em toda a cidade. Muitos moradores se voluntariaram para trabalhar na triagem, na distribuição de doações e para fazer serviços, como o cuidado com os animais. Em apenas um dos abrigos da Humane Society de Pasadena, há 600 animais, desde cabras, cães e gatos, até coelhos. Muitos foram resgatados perdidos nos incêndios ou com o corpo queimado. Os voluntários tentam reuni-los com seus donos ou colocá-los para doação. Até Paris Hilton foi voluntária nesses últimos dias no abrigo. Outros famosos também estão trabalhando em outros abrigos ou fazendo doações em dinheiro. Os principais estúdios de entretenimento fizeram contribuições milionárias. Disney, Comcast, Netflix, Amazon, Sony e Warner Bros. Discovery doaram entre US$ 5 milhões e US$ 15 milhões cada para o socorro imediato e esforços de reconstrução da cidade. Sem clima para festas Tudo na cidade, principalmente na área de entretenimento e esportes, ou foi cancelado, adiado ou transferido para outros estados. Não há clima para festa diante de tanta tristeza e devastação. Nesta segunda, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas transferiu pela segunda vez o anúncio dos indicados ao Oscar, agora para o dia 23. Mas não é possível saber realmente como serão os próximos dias e se isso irá se realizar. As cerimônias do Grammy e Oscar, por exemplo, acontecem no início de fevereiro e março, respectivamente, mas é difícil prever se a cidade estará pronta para festas em tão pouco tempo. Por enquanto, há apenas essa sensação de imprevisibilidade, talvez com o passar desse perigo iminente dos ventos dos próximos dois dias, seja possível fazer uma previsão de como ficará a reconstrução e como a "cidade dos anjos" vai tentar se reerguer, e se terá espaço para o brilho dessas cerimônias. Agora apenas há a ansiedade pela reconstrução, mais de 90 mil pessoas ainda estão fora de casa e muitas morando em abrigos, no carro ou em locais temporários, como hotéis e casas de amigos.…
O primeiro centro de consumo supervisionado de drogas do Reino Unido abre as portas aos usuários nesta segunda-feira (13), como parte de um programa de saúde pública do NHS, o equivalente ao SUS, e a prefeitura de Glasgow, a maior cidade da Escócia. O projeto-piloto visa controlar o número de mortes por overdose no país, que é o mais alto da Europa. Segundo dados da agência de saúde pública escocesa, 1172 óbitos foram registrados em 2023, o que representa um aumento de 12%. Yula Rocha, correspondente da RFI no Reino Unido Os usuários de drogas mais vulneráveis vão poder usar o centro todos os dias do ano das 9h às 21h, sem o risco de serem presos pelo consumo de drogas ilícitas. Eles fazem um registro e uma breve consulta, sem a necessidade de apresentar um documento de identidade ou dar o nome completo. O local não fornece drogas. Ao serem admitidos, os usuários recebem um kit com seringa e agulha descartáveis e são supervisionados por profissionais da saúde. O programa-piloto de três anos vai custar ao governo da Escócia £ 7 milhões, o equivalente a R$ 52 milhões. Após o consumo, o usuário poderá descansar, tomar banho, lavar as roupas e usar a sala com estantes repletas de livros e atividades de arte. O centro foi pensado com a participação de ex-usuários que apontaram as necessidades que essa população, muitas vezes em situação de rua, enfrenta. Resistência politica A Escócia está batalhando pela abertura do centro há mais de dez anos. O programa tem o aval do governo do país, mas a lei que descriminaliza o uso de drogas em todo o Reino Unido, datada de 1971, não foi alterada no Parlamento Britânico, apesar de inúmeros debates. O consumo de narcóticos continua, desta forma, sendo um crime. O que permitiu à Escócia abrir esse centro foi uma decisão da corte escocesa, anunciando que não puniria os usuários do novo centro. A medida causou polêmica já que, para uma parcela da população, o espaço servirá de incentivo ao consumo. O país, que integra o Reino Unido, tem o maior número de mortes por uso de drogas per capita em toda a Europa e o dobro da Inglaterra e do País de Gales. Cerca de 80% dos óbitos por overdose decorrem do uso dos opioides como heroína e morfina. A cocaína também é muito consumida. Em Glasgow, cenas de pessoas injetando drogas em público e descartando seringas e agulhas são comuns. O NHS estima que mais de 500 usuários são vistos diariamente nas ruas da cidade. Diante da gravidade do problema, o objetivo do programa é reduzir os danos que envolvem o consumo. As medidas focam no acolhimento e tratamento. O contato com os usuários ajuda a tecer uma relação de confiança. O objetivo é dar início ao trabalho de prevenção, ajudar os usuários a interromper o consumo e reintegrá-los à sociedade. Glasgow se inspira em modelo da Suíça Existem cem centros de apoio supervisionado em funcionamento no mundo todo, um deles em Paris . O primeiro foi aberto há quase 40 anos em Bern, na Suíça. Modelos parecidos operam em vários países da Europa, além de Austrália e Canadá. Na Colômbia foi aberta no ano passado a primeira sala de consumo supervisionado da América Latina. A Escócia espera em breve abrir novos centros. A expectativa é que o resultado desse projeto-piloto sirva de exemplo para alterar o Código Penal do Reino Unido, e ajudar os dependentes químicos em vez de puni-los.…
Nicolás Maduro tomará posse na Assembleia Nacional para seu terceiro mandato nesta sexta-feira (10). O opositor Edmundo González Urrutia garante que estará na Venezuela para assumir a presidência, uma vez que ele também reivindica vitória na última eleição presidencial. A população do país segue apreensiva diante de um cenário de tensão marcado por um forte esquema de segurança nas ruas e a ameaça de novas prisões. Por Elianah Jorge, correspondente da RFI Brasil em Caracas Nicolás Maduro deverá tomar posse por volta das 10h da manhã (hora local) na Assembleia Nacional, onde será ratificado presidente para o terceiro mandato consecutivo pelo líder da casa, o deputado Jorge Rodríguez. De lá, ele deve seguir até o palácio presidencial de Miraflores, localizado no centro de Caracas, de onde vai falar aos seus apoiadores. Maduro antecipou que a primeira ação de seu novo mandato será decretar a formação de um grupo para avaliar reformas na Constituição de 1999, outorgada por seu padrinho político Hugo Chávez (1954-2013). A meta, segundo ele, é “unificar a Venezuela ao redor de um projeto comum” e “definir com clareza o modelo de desenvolvimento venezuelano para os próximos 30 anos” e, assim, “democratizar até o infinito a vida política e social da Venezuela”. Com o novo mandato, Maduro, que assumiu a presidência em 2013, deverá ficar no poder até 2031. Mas essa posse vem sem grande pompa. Entre os convidados, estarão os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Nicarágua, Daniel Ortega. Os demais participantes serão representantes de alguns países com os quais a Venezuela ainda mantém relações diplomáticas. O Brasil deverá ser representado pela embaixadora Glivânia Maria Oliveira. González promete tomar posse Ainda é um mistério se Edmundo González Urrutia conseguirá entrar na Venezuela. Nesta quinta-feira (9), ele esteve na República Dominicana, última etapa do giro internacional até chegar à Venezuela. Ele afirmou que “nos vemos em Caracas, em liberdade”, garantindo que estará aqui para hoje tomar posse. Antes, Gonzalez foi recebido pelos presidentes de Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Panamá, onde levou as atas de votação da eleição, que, segundo a oposição, confirmam sua vitória nas urnas. O material foi depositado em um cofre no Banco Nacional. Uma recompensa de US$ 100 mil (cerca de R$ 610 mil) está sendo oferecida a quem denunciar o paradeiro do opositor. Há semanas, o ministro de Interior e Justiça Diosdado Cabello mostrou em seu programa semanal de TV algemas que seriam usadas no opositor de 75 anos assim que ele pisar na Venezuela. Em setembro passado, o ex-diplomata estava asilado na Espanha, para onde fugiu alegando sofrer pressões do governo venezuelano. Edmundo Gonzalez afirma ter vencido o pleito de julho passado com 60% dos votos. Ele precisou se asilar na Espanha em setembro passado, para escapar das pressões do chavismo. No entanto, seu respaldo político vem em grande parte do exterior. Na tarde desta quinta-feira, Donald Trump, que toma posse nos Estados Unidos próximo dia 20, em mensagem pelas redes sociais afirmou que González é o “presidente eleito”. O Canadá também fez o mesmo reconhecimento. O governo da Colômbia preferiu manter distância e manifestou "profunda preocupação e rejeição ao aumento e à gravidade das denúncias de violações de direitos humanos que estão acontecendo na Venezuela antes do dia 10”. Ex-presidentes, aliados de Edmundo González, se dispuseram a apoiar o opositor, mas foram advertidos que seriam presos caso entrassem na Venezuela. Corina explicará interceptação María Corina Machado afirmou na noite desta quinta-feira (9) que está em um lugar seguro e mais determinada do que nunca. Ela disse que nesta sexta-feira dará detalhes sobre o que aconteceu ontem à tarde.Após aparecer no protesto em defesa da vitória de Edmundo González, depois de 133 dias na clandestinidade, Corina saiu em moto. Em seguida foi interceptada por veículos conduzidos por aliados do chavismo. Houve disparos. Um dos motociclistas da equipe da opositora foi baleado, mas está fora de perigo. Pelas redes sociais, a equipe informou que María Corina foi levada por agentes estatais a um lugar para gravar vídeos e, em seguida, liberada. Pouco após a ação, começaram a circular pelas redes sociais imagens da opositora anunciando que estava bem. Diosdado Cabello, o ministro de Interior e Justiça, desmentiu a líder opositora e afirmou que “ela está louca para que nós a capturemos. Este era o plano dela: dizer que foi capturada. Uma invenção, uma mentira”. O Ministério Público seguiu a linha de Diosdado e, por meio de um comunicado, afirmou que a interceptação de María Corina Machado foi “uma grave operação psicológica para incitar atos de violência” em momentos prévios à posse de Nicolás Maduro. “Tumba do fascismo” A organização Fórum Penal informou que pelo menos 16 pessoas foram presas nesta quinta-feira durante as manifestações. As detenções aconteceram em várias partes do país. Mas este número poderia ser maior. Manifestantes em diversas partes de Caracas evitaram que agentes de segurança estatais levassem pessoas que estavam na concentração opositora. Julio Balsa, jornalista da equipe de María Corina Machado, desapareceu na tarde desta quinta-feira enquanto cobria os protestos. A vice-presidente garantiu ontem que a “tumba do fascismo estará na Venezuela”. A declaração foi feita na abertura do Festival Internacional Antifascista, do qual participam mais de mil representantes de 25 países. “Cavaremos aqui esta tumba para que não se atrevam a privatizar a vida dos povos”, afirmou Delcy Rodríguez. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos criticou o uso do terrorismo de Estado para espalhar medo e controlar a população. O organismo exigiu o fim da perseguição a opositores, jornalistas e defensores dos direitos humanos, além da liberação de todas os detidos por motivos políticos.…
1 Elon Musk acusa governo britânico de acobertar supostos estupros cometidos por gangues de imigrantes 4:25
Líderes do Reino Unido e da Alemanha são alvos de novos ataques do bilionário Elon Musk. Na Inglaterra, o parlamento trouxe para a pauta do dia a reabertura de uma investigação sobre gangues de aliciamento de menores após comentários incendiários de Musk. Por Yula Rocha, correspodente da RFI em Londres Elon Musk desta vez usou seu megafone na plataforma X para dizer que 250 mil meninas foram e continuam sendo estupradas por gangues de imigrantes na Grã-Bretanha. Ele acusa o governo trabalhista de acobertar esses crimes, o que não é verdade. O que de fato aconteceu, revelado por investigações independentes, foi a ação de grupos de aliciamento de menores no interior da Inglaterra com participação de homens brancos e de origem paquistanesa. Diversas recomendações foram dadas para o governo conservador em 2022 e nada foi feito. Mas é verdade dizer também que o governo trabalhista, no poder há seis meses, só mencionou ações de proteção de meninas agora, após as acusações infundadas de Musk. Casos de abuso sexual na Inglaterra Esses casos de aliciamento e até de estupros envolvem imigrantes e assim como a extrema direita global, Musk tem uma agenda anti-imigratória muito clara. No ano passado, houve uma série de ataques de grupos supremacistas brancos a albergues de refugiados na Inglaterra, incentivados por Musk e seus seguidores na plataforma X, o que é considerado um crime aqui. Logo depois, ele acusou falsamente o primeiro-ministro Keir Starmer de soltar pedófilos das prisões para abrir espaço para os condenados por incitação ao ódio nas ruas e nas redes sociais. As cadeias aqui estão, sim, superlotadas e, em 2024, o novo governo, como medida emergencial, pôs em liberdade três mil e cem detentos que já haviam cumprido 40% da pena, mas apenas aqueles condenados por crimes mais leves. O que está por trás do interesse de Elon Musk no Reino Unido Nada é por acaso. A regulação das redes sociais aqui e na União Europeia é um desses motivos. Desde que Musk comprou a plataforma X, ou seja, desde que essa perigosa ferramenta de influência política foi adquirida por ele, Musk tem usado da retórica de Donald Trump - e agora também do dono da Meta, Mike Zuckerberg - de cerceamento de liberdade de expressão. Musk voltou a repetir que é preciso “salvar os britânicos de um governo tirânico”, nas palavras infundadas dele. As regras de regulação das redes, que ainda vão entrar em vigor na Inglaterra e País de Gales, estabelecem multa de 10% do lucro mundial das empresas que permitirem divulgação de conteúdo ilegal como racismo, incitação à violência e abuso de menores. E o X de Elon Musk vai ser enquadrado nessas regras com a plataforma hoje sem checagem de fatos e sem moderação. Repercussão Elon Musk abre a boca e não só os tabloides sensacionalistas daqui, mas toda a imprensa repercute. É importante voltar a falar sobre o interesse político de Musk, agora como conselheiro de Donald Trump às vésperas do retorno do magnata à Casa Branca. T em eleição na Alemanha mês que vem e Musk está apoiando o partido de extrema-direita. O Reino Unido é um dos poucos países europeus com um governo mais liberal e, claro, vai ser atacado por Musk nos próximos quatro anos. O bilionário odeia os trabalhistas e também detesta os conservadores. Ele é contra o status quo e aqui está apoiando o novo partido anti-imigrantes Reform UK não só com palavras, pois ele promete muito dinheiro para financiar a ascensão desse novo grupo de extrema-direita. Musk promoteu uma revolução e, pelo jeito, pretende influenciar a política não só nos Estados Unidos.…
Dois anos após a invasão da Praça dos Três Poderes em Brasília, um ato do governo terá abraço pela democracia em cerimônia sem presidentes dos demais poderes. No balanço das investigações, há 371 condenados, enquanto 122 pessoas destruíram as tornozeleiras eletrônicas e estão foragidas Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília Embalados pelas investigações da Polícia Federal que apontaram para uma tentativa real de golpe de Estado no Brasil, o governo Lula e a esquerda querem fazer deste 8 de janeiro um marco na luta pela democracia. Vinte obras de arte e objetos históricos destruídos nas invasões dois anos atrás, como um relógio do século XVII restaurado na Europa por meio de uma parceria com o governo suíço, serão devolvidos aos espaços públicos nesta quarta-feira. Compõem ainda esse cenário uma pesquisa da Genial/Quaest em que 86% dos brasileiros disseram desaprovar a invasão dos prédios públicos, e até mesmo a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, pela interpretação em ‘Ainda Estou Aqui’ de Eunice Paiva, mulher do deputado cassado e morto pela ditadura militar, Rubens Paiva. Mas a dose dessa movimentação tem gerado certo desconforto no meio político e receio de que a imagem passada seja menos institucional e mais eleitoral, inclusive pela ausência dos presidentes da Câmara e do Senado nos atos governamentais, bem como de seus prováveis sucessores no comando do Legislativo, ainda que pese a promessa de presença dos comandantes militares. Na caserna, inclusive, o desejo é de virar a página. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Roberto Barroso, também estará ausente e será representando pelo vice, Edson Fachin. O cientista político Carlos Melo, professor do Insper, disse à RFI que independentemente do grau de polarização, é preciso relembrar o que aconteceu e o risco que o país viveu. “É fundamental lembrar o 8 de janeiro. Como é fundamental lembrar o esquartejamento de Tiradentes e como é fundamental lembrar a data da Independência no Brasil. São datas marcantes, algumas para serem rememoradas e outras para alertar que isso jamais possa acontecer de novo.” “Ter democracia não é algo fácil, não é simples. É preciso lutar pela democracia. E rememorar o 8 de janeiro, parece que tem esse papel pedagógico, para que as futuras gerações saibam que isso ocorreu e que as pessoas foram punidas, as que participaram e, agora com os inquéritos, espera-se que sejam punidos também os que arquitetaram, os que planejaram, os que tiveram por trás, financiaram”, afirmou Melo. Já os bolsonaristas, que acusam o governo de usar a data para camuflar problemas, mantêm o discurso de anistia aos presos pelo 8 de janeiro e acreditam que o retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos possa fazer soprar por aqui ares menos progressistas, como a decisão, anunciada um dia antes pela Meta de abandonar o sistema de checagem das publicações no Facebook, Instagram e WhatsApp. Para fazer frente às cerimônias oficiais, eles organizaram uma super live nas redes sociais, de oito horas de duração, para a apresentar narrativa de não golpe. Balanço das investigações Das mais de duas mil pessoas investigadas, 371 foram condenadas até agora. Três moradores em situação de rua e um vendedor ambulante foram absolvidos. Outras 527 pessoas reconheceram que cometeram crimes, porém sem gravidade, e fecharam acordo com o Ministério Público, pelo qual terão punições alternativas, mas não deixam de responder a processo. Entre os 223 condenados em regime fechado, 71 já iniciaram o cumprimento das penas e 30 aguardam recurso. Outras 122 pessoas, no entanto, são consideradas foragidas. Muitas delas quebraram a tornozeleira eletrônica e fugiram para países como Argentina e Peru. Contra 61 delas, já foram adotadas medidas de extradição junto a autoridades estrangeiras. “Sendo localizadas, o governo brasileiro pede ao governo desses países que as extraditem. Se não o fizerem, se as pessoas fugirem, você vai para uma discussão de direito internacional. Não vejo a Argentina levando isso a ferro e a fogo, abrigando essas pessoas e criando um ambiente pior com o Brasil. E mesmo que isso ocorresse, os governos não são definitivos. A questão da democracia ultrapassa governos”, conclui Melo.…
O “vórtice ártico", como está sendo chamado, trouxe a maior nevasca da década aos Estados Unidos, afetando mais de 60 milhões de pessoas. Uma gigantesca tempestade de inverno, acompanhada por temperaturas recordes, levou à declaração de estado de emergência em sete estados norte-americanos e ameaça se consolidar como um dos eventos climáticos mais severos dos últimos anos no país. Luciana Rosa , correspondente da RFI em Nova York A partir do final de semana, o vórtice polar se espalhou pelo centro e leste dos Estados Unidos , causando uma tempestade de neve e ventos fortes . Regiões que raramente enfrentam invernos rigorosos, como o sul do país, foram surpreendidas, com queda de árvores e ameaças de geada na Flórida. O enorme sistema de tempestade causou transtornos em regiões do país que geralmente não enfrentam invernos rigorosos, derrubando árvores em estados do sul, incluindo ameaças de geadas na Flórida, e gerou caos no transporte, com mais de 1.300 voos cancelados ou adiados, várias estradas interditadas e escolas fechadas. O clima extremo nos Estados Unidos é causado por um vórtice polar, uma massa de ar frio que afeta a região central do país. Em Washington, D.C., um alerta de tempestade de inverno segue até terça-feira (7), com temperaturas próximas de zero e previsão de até 12 centímetros de neve. O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu um aviso para os condados de Franklin, St. Lawrence e Clinton, no estado de Nova York , nesta terça e quarta-feira (7 e 8). Espera-se um acúmulo de neve entre 8 a 20 cm, com rajadas de vento de até 56 km/h. O pico da nevasca deve ocorrer entre 4h e 16h de terça-feira, com queda de neve de até 0,5 polegadas por hora. A recomendação é cautela em viagens, pois as condições podem dificultar o tráfego e reduzir a visibilidade. Mais de 430 acidentes O gelo e a neve causaram grandes transtornos nas estradas . Em Missouri , mais de 600 motoristas ficaram presos durante o fim de semana. Em estados como Indiana, Kansas e Virgínia, vias escorregadias provocaram mais de 430 acidentes entre domingo e segunda-feira, com pelo menos 20 feridos. O clima severo também gerou três mortes em acidentes de trânsito em West Virginia, Carolina do Norte e Kentucky. O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas de tempestade de inverno em Kansas e Missouri, com rajadas de vento de até 72 km/h, estendendo o alerta até Nova Jersey. Sete estados declararam estado de emergência, incluindo Kentucky, onde as autoridades fecharam prédios governamentais. A Guarda Nacional foi chamada para ajudar motoristas presos em Kansas, Nebraska e Indiana, enquanto em Maryland o governador fechou os escritórios estaduais. Mais de 475 incidentes de trânsito foram registrados em Maryland desde a madrugada de segunda-feira. Frio intenso deve persistir O frio intenso deve persistir , com temperaturas entre 7 e 14 graus Celsius abaixo da média, especialmente ao longo da costa leste, que inclui Nova York e Washington D.C., onde os termômetros podem alcançar até -17 graus Celsius. A sensação térmica é extremamente baixa e pode causar congelamento em menos de 30 minutos. Especialistas recomendam cautela ao sair de casa e ao dirigir, já que superfícies como calçadas e escadas podem estar escorregadias e perigosas.…
O Brasil está em festa. Na noite deste domingo (5), Fernanda Torres levou o Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático pela atuação em “Ainda Estou Aqui". É a primeira brasileira a receber o prêmio em 82 anos de Globo de Ouro. Concorrendo com grandes estrelas de Hollywood, ela faz história 26 anos após a mãe, Fernanda Montenegro, disputar - e não ganhar -, na mesma categoria por “Central do Brasil". Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles A surpresa veio no final. Durante a maior parte da cerimônia, a torcida brasileira não escondeu a decepção, frustrada pela derrota de “Ainda Estou Aqui” como Melhor Filme de Língua não-inglesa. Quem ganhou nesta categoria foi a produção francesa, “Emília Pérez”, que levou os quatro troféus da noite, acumulando ainda Melhor Comédia ou Musical, atriz coadjuvante (Zoe Saldaña) e canção original ("El mal"). Emília Pérez foi o filme com maior número de indicações, 10 no total. Mas, como é tradição, a categoria de Melhor Atriz de Drama é uma das últimas a ser reveladas, quase três horas após o início da cerimônia. O que parecia quase um milagre, realmente aconteceu. Até Fernanda Torres, antes da festa, chegou a declarar que as chances dela eram nulas. Ela estava muito bem acompanhada, concorrendo com Nicole Kidman (Babygirl), Pamela Anderson (The Last Showgirl), Angelina Jolie (Maria), Tilda Swinton (O quarto ao lado) e Kate Winslet (Lee). E a expressão de Fernanda mostrou que ela realmente não acreditava na vitória. A reação de Selton Mello, de boca aberta, literalmente, inclusive, viralizou nas redes sociais. Há 26 anos, aconteceu o contrário. 'Central do Brasil' levou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro, como era chamada a categoria na época, só que Fernanda Montenegro acabou não ganhando como atriz. Fernanda Torres ao subir ao palco relembrou este fato, fez um discurso emocionado e recordou que a mãe, Fernanda Montenegro, estava na festa, em 1999, concorrendo, e dedicou o prêmio a ela. “Isso é uma prova de que a arte pode permanecer na vida das pessoas, mesmo em momentos difíceis, como os que Eunice Paiva viveu ", disse. "Esse é um filme que nos ajudou a pensar nos tempos difíceis", acrescentou Fernanda. Ela falou de improviso, já que não havia preparado um discurso. O vídeo de Fernanda Montenegro acompanhando de casa o anúncio da filha vencedora também viralizou nas redes sociais. Corrida pelo Oscar A vitória pode ajudar na corrida por uma estatueta no Oscar, mas de forma indireta. O júri do Globo de Ouro é formado por cerca de 300 jornalistas internacionais. No Oscar, são mais de 10 mil pessoas ligadas à indústria cinematográfica. O prêmio ajuda muito em termos de visibilidade e campanha para o filme e para Fernanda Torres como atriz, já que quem não assistiu ainda ao longa vai ficar pelo menos curioso para ver quem foi que derrotou tantas divas de Hollywood. Fernanda Torres, Walter Salles e Selton Mello permanecem em Los Angeles nas próximas semanas, em campanha pré-Oscar. Nesta terça (7) participam de um evento para quem vota no Oscar e nas premiações dos Sindicatos de Atores, Roteiristas e Diretores. No próximo domingo eles devem marcar presença da cerimônia do Critics Choice Awards, na qual “Ainda Estou Aqui” também concorre como Melhor Filme Internacional. Outros vencedores "O Brutalista" foi o segundo filme mais premiado da noite, ganhou como Melhor Filme Drama, Ator, para Adrien Brody, e diretor, para Brady Corbet. Demi Moore recebeu seu primeiro Globo de Ouro da carreira, na categoria de Atriz em Comédia/Musical pela atuação em "A Substância". Já Sebastian Stan foi o vencedor na categoria Ator em Comédia/Musical por "Um homem diferente". Na parte de televisão, "Xógum: A gloriosa saga do Japão" foi a grande vencedora entre as séries dramáticas e levou para casa quatro troféus: melhor série, ator (Hiroyuki Sanada), atriz (Anna Sawai) e ator coadjuvante (Tadanobu Asano). Dentre as comédias, "Hacks" se consagrou como melhor série e melhor atriz, com Jean Smart. "Bebê Rena" foi considerada a melhor série limitada/minissérie e levou ainda melhor atriz coadjuvante em série para Jessica Gunning.…
O opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, que está exilado em Madri, deve chegar em Buenos Aires nesta sexta-feira (3). As autoridades venezuelanas oferecem uma recompensa de US$ 100 mil, o equivalente a R$ 620 mil, por informações que levem à sua captura. O líder opositor recebeu asilo na Espanha em setembro e prometeu retornar à Venezuela para "tomar posse" em 10 de janeiro no lugar de Nicolás Maduro. Elianah Jorge , correspondente da RFI em Caracas Edmundo González está desde setembro na Espanha, onde obteve asilo político , após denúncias de que era pressionado pelo governo de Nicolás Maduro. O opositor é acusado de conspiração, instigação ao crime, usurpação de funções, e de falsificar documentos, entre outros crimes. Já eram esperadas ações contra González , mas a recompensa de U$100 mil surpreendeu. Este valor equivale a duzentas mil vezes o salário mínimo venezuelano (cerca de U$ 2 ou o equivalente a R$ 12). González, 75 anos, será recebido neste sábado (4) na Argentina pelo presidente Javier Milei. Ele convocou os cerca de 174 mil venezuelanos radicados no país para acompanhá-lo em uma concentração em frente à Casa Rosada, sede da presidência. Esta é a primeira vez que González será recebido em um país da América do Sul após a eleição. Ele ainda não divulgou quais países visitará antes de voltar à Venezuela, onde garante que estará para tomar posse, no próximo dia 10 de janeiro. Manifestações Com a chegada do dia da posse presidencial, o clima de tensão aumenta no país. Os defensores de Maduro garantem que estarão nas ruas para garantir e defender o terceiro mandato do presidente, que vai até 2031. Já os opositores parecem estar à espera da convocação de Maria Corina Machado e de Edmundo González para organizarem um protesto. No entanto, há risco de repressão e de prisões arbitrárias. Em agosto do ano passado, o próprio presidente Nicolás Maduro anunciou que mais de duas mil pessoas foram presas nas manifestações pós-eleitorais. De acordo com a ONG Fórum Penal, até o momento mais de 1700 continuam detidas. Maria Corina Machado vem dialogando com os eleitores da oposição nas redes sociais. Em uma mensagem divulgada dia 1° de janeiro, a líder opositora afirmou que após “anos de humilhações”, “derrotamos com votos” e que o “bem triunfou”. Ela fez alusão aos mais de sete milhões de venezuelanos que estão fora do país, sugerindo que muitos voltarão à Venezuela. A opositora, que está há meses na clandestinidade e corre o risco de ser presa, apareceu em um vídeo com a roupa que costumava usar nas concentrações de rua. Para a líder da oposição, “chegou a hora”, da “derrota do regime”. De acordo com ela, a falta de legitimidade da eleição de 28 de julho mostrou ao mundo a suposta falta de apoio ao governo de Maduro. Corina acredita que países críticos ao governo tomarão medidas para pressioná-lo em seu novo mandato. Machado aposta que a população saia para protestar e que “toda a Venezuela se encontrará nas ruas” para cantar o hino venezuelano. A opositora garantiu que estará nas ruas junto a seus seguidores, sem dar maiores detalhes de como, quando e onde voltará a aparecer em público. Fim do recesso na Assembleia Neste domingo (5), a Assembleia Nacional voltará do recesso de fim de ano. O parlamento venezuelano, que é de maioria chavista, deve aproveitar a retomada das atividades anuais e próximas à posse para anunciar medidas favoráveis ao governo de Nicolás Maduro. Maduro garantiu que “ninguém impedirá que haja paz na Venezuela”. Em um vídeo transmitido nesta quarta-feira (1), ele afirmou que “caminhamos para mais um ano vitorioso de celebração democrática, de mobilizações permanentes em defesa da paz, de consolidação da recuperação econômica e social e de trabalho para a construção do nosso novo modelo sustentável”. O presidente, que deverá ocupar a presidência por mais seis anos, garantiu que seu governo lutará porque este promete ser um ano “auspicioso, abençoado e feliz”. Maduro reforçou que o governo da Venezuela nunca mais cairá nas mãos de “um fantoche da oligarquia e do imperialismo”. Segundo ele, em defesa da presidência, milhões de venezuelanos que o apoiam estarão nas ruas do país no dia da posse. Reforma constitucional O presidente também anunciou que trabalha em uma proposta de reforma da Constituição. Segundo ele, a meta é “democratizar todo o Estado e toda a sociedade” para avançar “em um processo de fortalecimento de uma nova forma de fazer política, uma nova democracia”. Por sua vez, a Missão de Investigação da ONU sobre a Venezuela lançou um alerta pelas redes sociais pedindo às autoridades que respeitassem o direito à vida, à liberdade e à segurança de todos e para que as pessoas presas arbitrariamente sejam soltas. Já o governo do Brasil informou que o país será representado pela Embaixadora Glivânia Maria de Oliveira. O Brasil não reconhece os resultados da eleição de 28 de julho , quando o Conselho Nacional Eleitoral anunciou a reeleição de Nicolás Maduro sem ter apresentado as atas eleitorais que comprovem a vitória do atual presidente.…
Todos os anos, os argentinos são os estrangeiros que mais visitam o Brasil, mas, neste verão, as praias brasileiras devem receber uma quantidade que promete ser recorde tanto em quantidade quanto em consumo. A ‘avalanche’ de turistas começa agora, graças a uma combinação entre o peso argentino valorizado e o real desvalorizado, a vantagem cambial mais favorável aos argentinos nos últimos 26 anos. Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires Este verão de 2025 combina elementos não vistos desde janeiro de 1999, quando o real teve a sua primeira grande desvalorização: naquele 11 de janeiro, o real se desvalorizou repentinamente, quando a maioria dos argentinos já tinha planos de férias. Desta vez, no entanto, a desvalorização do real aconteceu mais forte no último trimestre de 2024, justamente quando os argentinos decidiam o destino das férias. Por outro lado, enquanto o real se desvalorizava, o peso argentino se valorizava. Ao longo do último ano, a Argentina passou de ser um dos países mais baratos do mundo a um dos mais caros. Desde a criação do real em 1994, os dois anos nos quais tirar férias no Brasil ficou barato foram 1999 e agora. Segundo um estudo comparativo da Fundação EcoSur, quem tirar duas semanas de férias nas praias da cidade argentina de Mar del Plata, por exemplo, vai gastar o dobro do que duas semanas no Rio de Janeiro. O engenheiro, Eugenio Forchieri, de 56 anos, um frequente no verão brasileiro, está a ponto de embarcar com a família para Florianópolis. Enquanto fazia a mala com o mínimo necessário para poder voltar cheia de compras do Brasil, Eugenio contou sobre a vantagem de um argentino tirar férias no Brasil nesta temporada. “Pelos meus cálculos, se eu tirasse férias na costa da Argentina, eu gastaria pelo menos o dobro. Está muito caro por aqui. Eu não via uma situação de câmbio tão favorável para os argentinos desde 1999, quando eu estava no Brasil”, compara Eugenio à RFI. Moedas em sentidos opostos Ao longo de 2024, o peso argentino foi a moeda que mais se valorizou no mundo (+40%), enquanto o real foi uma das que mais perdeu valor, 21,82% ante o dólar Ptax, taxa de referência do mercado para determinadas operações financeiras. O Brasil ficou barato para quem tem moeda estrangeira, enquanto a Argentina ficou cara. Essa variação faz estragos na temporada de verão na Argentina, onde os hotéis duplicaram o preço da diária em dólares. O litoral argentino que, nos últimos anos, teve ocupação acima de 90%, agora mal passa de 50%. A funcionária pública, Paz Puente, de 46 anos, está nos últimos preparativos para viajar com a família às praias de Santa Catarina. Nos últimos seis anos, Paz optou pelo Brasil, mas sempre contendo os gastos, equilibrando as contas, esticando o dinheiro. Desta vez, no entanto, as decisões de compra não vão passar pela calculadora. “Sempre fomos ao Brasil no modo austero. Neste ano, temos a expectativa de ir no modo ‘desfrute’, quer dizer, gastar mais”, sintetiza Paz à RFI, enquanto checa no computador os últimos detalhes da viagem. Êxodo argentino Mesmo em crise, os argentinos representaram, em 2023, 32% do total de estrangeiros no Brasil, triplicando o número de turistas dos Estados Unidos, em segundo lugar com 11%, de acordo com dados do Ministério do Turismo. Apesar das medidas de choque do governo de Javier Milei no primeiro trimestre de 2024, entre janeiro e março do ano passado, 982.494 argentinos foram ao Brasil. A tendência é que, neste primeiro trimestre de 2025, esse número aumente em, pelo menos, 50%. A vantagem cambial agora é tanta que a temporada de 2025 pode até bater o recorde de turistas argentinos de 2017, quando o Brasil recebeu 2,622 milhões de argentinos, sendo metade deles no primeiro trimestre. Os argentinos costumam tirar férias quinzenais a partir do dia 1º de janeiro. Portanto, os aeroportos do país já estão lotados. Para atender essa demanda histórica de passageiros, as companhias aéreas aumentaram a frequência de voos da Argentina ao Brasil em 30%, em média. São mais de 820 mil assentos, a maior quantidade desde 2008, quando começaram os registros. Previsões do setor Mas o transporte aéreo é menos da metade do fluxo. Um pouco mais da metade dos turistas argentinos que aproveitam as praias brasileiras prefere ir de ônibus ou de carro. A maioria que viaja de carro vai ao litoral de Santa Catarina, onde o governo do Estado prevê um crescimento de quase 70% no turismo estrangeiro. A comunicadora Candelaria Torres, de 30 anos, preferiu ir de carro com a família rumo a Santa Catarina. “As praias do Brasil são muito bonitas, mais bonitas do que as da Argentina. Avaliamos viajar ao sul da Argentina, mas os preços no Brasil, o custo do aluguel e a logística inclinaram a balança. E, ao Brasil, temos a opção de ir de carro e de usarmos lá o carro. É um país onde a comida, os aluguéis e as saídas são mais acessíveis do que os preços das coisas aqui na Argentina”, conta Candelaria à RFI, enquanto faz as últimas buscas pelos sites de turismo. Segundo a Turismocity, uma das empresas líderes entre os buscadores especializados na Argentina, a procura por destinos brasileiros aumentou 500% em relação ao ano passado. O Brasil é responsável por metade de todas as procuras dos argentinos como destino neste verão, segundo a Despegar, líder no setor. Recorde de consumo Os argentinos também devem regressar do Brasil com as malas cheias. Um dos maiores objetivos são roupas tanto de vestir como de cama, mesa e banho, itens entre os que impulsionaram a inflação de 2024 que deve fechar em torno de 120%. Os analistas do setor preveem a volta do “dê-me dois”, quando, nas melhores épocas, os argentinos compravam o dobro de tudo. Desta vez, os comerciantes brasileiros devem viver um “boom” de compras. “Vamos nos permitir alguns luxos e comprar alguma roupa para toda a família”, prevê Candelaria Torres, rodeada pelas filhas. Em 2017, o ano recorde até agora, os argentinos gastaram US$ 1,6 bilhão no Brasil. Ficaram em média 11 dias e gastaram cerca de US$ 620 cada um. Esses números também devem ser superados agora nesta temporada. Pode ser até que não variem tanto em dólares, mas certamente em reais, depois da desvalorização da moeda brasileira. “Nos anos anteriores, era uma caipirinha na praia a cada dois ou três dias. Agora, será todos os dias e até duas por dia. Comer camarão na praia era um por temporada. Neste ano, se não for todos os dias, será um a cada dois dias. E serão férias mais longas, vamos ficar uma semana a mais, quando sempre ficávamos duas”, comemora, ansiosa, Paz Puente. Eugenio Forchieri também descreve o que implica viajar sem se preocupar tanto com o bolso. “Na prática, que eu tenha mais reais no bolso, serão férias muito mais relaxadas. A gente vai poder sair para jantar, beber uma cervejinha na praia e pedir camarão ou qualquer outra coisa. Vai ser muito mais relaxado”, prevê.…
1 Polônia assume presidência rotativa da União Europeia com foco em reforçar a segurança do bloco 6:03
A partir de 1° de janeiro, a Polônia assume por seis meses a presidência rotativa da União Europeia, no lugar da Hungria, que esteve no cargo no último semestre. A prioridade de Varsóvia nesta primeira metade do ano no comando do bloco será "segurança". A Polônia quer tornar a União Europeia mais segura, aumentando sobretudo as capacidades europeias de defesa e adotando uma postura mais rígida em relação à Rússia. Marcio Damasceno, correspondente da RFI na Alemanha Nesta quarta-feira a Polônia assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, substituindo a Hungria. Esse comando muda a cada seis meses entre os países do bloco. O Conselho da União Europeia, geralmente chamado apenas de Conselho, é um dos principais órgãos decisórios do bloco europeu. Ele representa os governos dos 27 Estados-membros da UE e é formado por ministros de cada país, que se reúnem em diferentes configurações, dependendo da área política que está sendo discutida. O Conselho da União Europeia não deve ser confundido com o Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado ou de governo do bloco para definir a direção e as prioridades políticas gerais da União Europeia. A Polônia entra agora prometendo uma liderança mais pró-europeia, depois da Hungria , cuja presidência causou alguns ruídos internos no bloco. A UE sai de um semestre problemático, em que o primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, que é fã do presidente russo, Vladimir Putin, irritou alguns europeus com visitas não combinadas com os parceiros a Putin, ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, entre outros, sob uma autoproclamada "missão de paz" para a Ucrânia. Já o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, é considerado um político pró-europeu que conhece bem os meandros da União Europeia. Ele foi por cinco anos presidente do Conselho Europeu até 2019. Agora, diferentemente do governo da Hungria, a Polônia quer colocar no primeiro semestre de 2025 ainda mais pressão sobre Putin, já tendo anunciado um novo pacote de sanções contra a Rússia, que deve ser aprovado ainda em fevereiro, quando a invasão em grande escala da Ucrânia por Moscou completa três anos. Segurança como prioridade Donald Tusk explicou, em uma reunião com líderes da UE no início de dezembro, por que a segurança ocupará o centro das atenções durante a presidência polonesa da UE. Tusk afirmou que o tema tem muitas dimensões. O governo da Polônia disse que tem um total de sete delas em vista: defesa e armamentos, proteção de pessoas e fronteiras, defesa contra interferência estrangeira e desinformação, proteção da liberdade econômica, transição energética, agricultura competitiva e segurança no setor de saúde. Mas na realidade, os poloneses estão preocupados principalmente com a segurança militar e com o apoio contínuo à Ucrânia . Uma prioridade é coordenar melhor e melhorar a defesa europeia de forma independente dos Estados Unidos e complementar aos esforços da Otan . E no quesito defesa, a Polônia é um exemplo. O país é líder europeu em gastos com armamentos. Atualmente, aplica 4,2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa. Em 2025, aumentará essa parcela para 4,7% do PIB. Ninguém na Europa investe mais nas Forças Armadas do que Varsóvia, em termos relativos. Por causa da guerra na Ucrânia, o Exército polonês lançou um gigantesco programa de modernização, com investimentos milionários. Nos últimos anos, o número de soldados aumentou em quase três quartos – para cerca de 170 mil. A médio prazo, esse número deve aumentar para 300 mil. Em comparação, as Forças Armadas alemãs dispõem de um efetivo de cerca de 180 mil soldados. França e Alemanha em crise A presidência polonesa da União Europeia ocorre em uma época de relativo vácuo de poder na Alemanha e na França. A fragilidade política em Paris e Berlim pode durar meses. E Varsóvia quer aproveitar esse momento de fraqueza das duas principais potências europeias para mostrar serviço. Essa é uma chance para o premiê Donald Tusk provar que a Polônia não é mais um aprendiz, após 20 anos de adesão à União Europeia, mas que o país também pode ser um modelo para os membros mais "antigos" do bloco. De qualquer forma, Varsóvia já vem trabalhando há algum tempo em formatos que vão além do eixo Paris-Berlim. A Polônia atribui grande importância às boas relações com os Estados Unidos e afirma que pretende fortalecer a cooperação europeia com Washington. Resta saber como isso irá funcionar durante o governo de Donald Trump.…
Nova York se prepara para receber mais de 1 milhão de pessoas na Times Square durante a celebração do Ano Novo, além de bilhões de espectadores ao redor do mundo acompanhando o tradicional evento pela televisão ou pela internet. A previsão foi feita pela comissária de polícia Jessica Tisch, que também destacou o esquema de segurança preparado para a ocasião. Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York, O prefeito Eric Adams celebrou o recorde de turismo alcançado pela cidade em 2024, com 65 milhões de visitantes – o segundo maior número da história de Nova York. "Encerramos o ano com números recordes, e, durante os festejos de amanhã, garantiremos que todos os que vierem visitar e desfrutar da queda da bola estejam seguros", afirmou Adams. Segundo o prefeito, o esquema de segurança contará com agentes fardados e à paisana, reforçando a presença policial em diversos pontos da cidade. "Teremos a onipresença dos policiais com uniforme azul, que sempre transmite segurança, mas também haverá muitos agentes em trajes civis. Isso inclui equipes do Departamento de Patrulha, do Departamento de Trânsito, dos Escritórios de Inteligência e Contrainteligência e da Divisão de Operações Especiais", detalhou. A prefeitura divulgou um comunicado oficial nesta segunda-feira (30) destacando a relevância global da celebração de Ano Novo em Nova York. "Costuma-se dizer que os olhos do mundo estão voltados para Nova York, e não há momento em que isso seja mais verdadeiro do que na véspera de Ano Novo na Times Square", declarou Chauncey Parker, vice-prefeito de Segurança Pública. Além do planejamento robusto, as autoridades também ressaltaram a importância da cooperação entre os visitantes e a polícia para manter a segurança e o espírito festivo do evento. Os espectadores poderão acessar as áreas designadas a partir das 15 horas, pelo horário local. Todos passarão por uma triagem realizada por equipes de contraterrorismo, reforçando a segurança do evento. Uma vez dentro da área da celebração, não será permitido sair e retornar. A noite de Ano Novo em Nova York promete ser fria e úmida. De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia, as temperaturas devem variar entre 2 e 10 graus Celsius, e há 100% de chance de chuva até a 1h da manhã, com possibilidade de precipitação intensa em alguns momentos. Além de molhada, a celebração será sóbria, já que bebidas alcoólicas estão entre os itens proibidos. Mochilas, cadeiras, coolers, bolsas grandes, e até guarda-chuvas também estão na lista de restrições. Para aqueles que preferem evitar as multidões e as condições climáticas desafiadoras, alguns restaurantes próximos oferecem pacotes especiais de mesa compartilhada, com preços a partir de 800 dólares por pessoa. Sem fogos, mas com muito brilho A emblemática bola da Times Square está pronta para brilhar. Capaz de exibir mais de 16 milhões de cores vibrantes e bilhões de padrões, a bola é iluminada por 32.256 LEDs de alta eficiência energética, segundo informações da Times Square Alliance, entidade sem fins lucrativos que promove o local. Ela permanecerá apagada até os segundos finais de 2024, quando descerá 42 metros em uma tradição que simboliza o início de um novo ano. Na segunda-feira, os organizadores do evento realizaram os testes finais da descida da bola e das exibições de luzes. Apesar de ser uma tradição anual desde 1907, o momento é sempre um desafio logístico para garantir uma celebração perfeita e inesquecível. Tom Harris, presidente da Times Square Alliance, destacou a importância de inovação e preparo contínuo. "É fundamental não pensar que só porque fazemos isso todos os anos, já sabemos tudo. É por isso que realizamos o teste da bola", disse Harris ao amNewYork Metro . Para manter o público animado até a meia-noite, a Times Square Alliance fez uma programação com 12 artistas, incluindo Rita Ora e Jonas Brothers. O evento culminará com o prefeito Eric Adams apertando o botão que dará início à queda da bola, marcando a chegada de 2025. Chuva de Confete Em 1991, Treb Heining, pioneiro na indústria de decoração feita com balões, recebeu a missão de transformar a celebração da descida da bola na Times Square durante a virada do ano. A resposta veio em forma de uma inovação encantadora: a "chuva de confete". A ideia, que persiste há 33 anos, envolve 80 voluntários, responsáveis por lançar confetes manualmente dos telhados da Times Square, criando um espetáculo único para marcar o início de um novo ano. Os confetes, além de encantarem o público, têm um compromisso com o meio ambiente. Feitos 100% de materiais reciclados que seriam descartados, eles também são biodegradáveis. Após o evento, equipes do Departamento de Saneamento de Nova York (DSNY) entram em ação para limpar os restos da celebração. No domingo (29), um teste de confetes foi realizado como parte dos preparativos para a grande noite. Uma das empresas patrocinadoras do evento revelou que 3.000 quilos de confete estão prontos para ser lançados na virada do ano. Entre os milhares de confetes, alguns trazem votos escritos por pessoas que participaram do “poço dos desejos” virtual da Times Square, tornando o momento ainda mais especial e pessoal para quem sonha com um ano novo repleto de realizações. Mergulho nas águas geladas do Oceano Atlântico também é tradição Uma das tradições mais icônicas de Nova York para o Ano Novo, o Coney Island Polar Bear Plunge, convida participantes corajosos a mergulharem nas águas geladas do Oceano Atlântico na praia de Coney Island, no Brooklyn. A edição de 2024 acontecerá na quarta-feira, 1º de janeiro, das 11h às 14h. Os participantes podem mergulhar individualmente, em equipe ou até formar seus próprios grupos. Além do desafio de enfrentar as águas congelantes, o evento também é conhecido por seu clima festivo. Muitos participantes mergulham fantasiados, exibindo trajes coloridos, temáticos ou cômicos, que adicionam um toque de humor e criatividade à celebração. As fantasias se tornaram uma tradição à parte, atraindo espectadores curiosos e tornando o evento ainda mais memorável. Organizado pelo Coney Island Polar Bear Club, o evento é promovido anualmente desde 1903, ano de sua fundação. O clube é a organização mais antiga de banhistas de inverno nos Estados Unidos e seus membros se aventuram regularmente nas águas geladas do Atlântico todos os domingos, de novembro a abril.…
O ano termina ainda com muitos impasses na guerra entre Israel e Hamas, até porque há muitas situações em aberto: um acordo de cessar-fogo que seja capaz de interromper em Gaza a guerra e libertar os reféns israelenses ainda não saiu; o norte da Faixa de Gaza é o foco da atual operação de Israel; e os houthis, no Iêmen, são agora uma preocupação real do governo israelense. Henry Galsky, correspondente da RFI Brasil em Israel O exército israelense realizou ataques aéreos contra as instalações do antigo hospital de Al-Wafa, na Cidade de Gaza, norte do enclave. A imprensa palestina informa que sete pessoas morreram. O exército de Israel afirma que se tratam de membros da unidade de defesa aérea do batalhão de Shejaiya, do Hamas, que operavam a partir da estrutura do hospital que está desativado. Segundo o exército, os membros do Hamas usavam o centro de comando do hospital para planejar e executar ataques contra tropas que operam em Gaza. Israel também encerrou as operações no hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza . A incursão ao hospital levou à Organização Mundial de Saúde (OMS) a se manifestar por meio de comunicado. A OMS disse estar "horrorizada" pela incursão ao hospital e afirmou que o cerco colocava "em risco as vidas dos 75 mil palestinos que continuam na região". Segundo o exército, 240 membros de grupos extremistas foram presos na ação, sendo que quinze deles teriam participado dos ataques de 7 de outubro de 2023. Entre os presos está o diretor do hospital, Hussam Abu Safiya. Israel considera que ele também é suspeito de ser um agente do Hamas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, os pacientes e trabalhadores do Kamal Adwan foram transferidos para o Hospital Indonésio, em Beit Lahia, também no norte de Gaza. No sábado, depois de dois foguetes terem sido disparados contra Jerusalém a partir do extremo norte de Gaza, o Exército de Israel deu ordens para a população civil deixar Beit Hanoun, que fica ao lado de Beit Lahia. No domingo, grupos palestinos dispararam cinco foguetes contra Israel a partir do norte de Gaza. Dois dos foguetes foram interceptados por Israel, enquanto os outros três caíram em áreas abertas. Por causa disso, segundo Israel, o exército emitiu mais um alerta aos civis palestinos: eles devem deixar uma grande área perto de Jabalia, no norte do território, e precisam mais uma vez se deslocar, agora para abrigos localizados na Cidade de Gaza. Segundo fontes militares, o exército atua em Jabalia desde o início de outubro e enfrenta a resistência de células remanescentes do Hamas na área. Ainda de acordo com essas fontes, as forças israelenses se aproximam de completar a missão em Jabalia. Palestinos acusam Israel de buscar esvaziar o norte da Faixa de Gaza para estabelecer uma zona tampão e impedir a aproximação da cerca que separa os dois territórios, de modo a impedir que uma situação similar à invasão do Hamas em 7 de outubro de 2023 volte a acontecer. Israel rejeita a acusação. Dúvidas sobre cessar-fogo Nas últimas duas semanas, havia algum otimismo sobre um acordo. Agora, Israel e Hamas se acusam mutuamente pelo impasse, embora as negociações continuem no Catar, mas sem a presença de uma delegação israelense. Fontes egípcias citadas pelo canal Al-Arabi do Catar disseram que o processo de negociação pode entrar em colapso devido à teimosia israelense. Segundo essas informações, Egito e Catar acusam "o escalão político israelense de impedir as visitas de altos funcionários da área de segurança de Israel ao Cairo e a Doha. E afirmam que as negociações podem fracassar definitivamente, se Israel não mudar sua abordagem. Já o governo israelense afirma que um dos principais neste momento é a recusa ou incapacidade do Hamas para elaborar uma lista com os nomes e a situação de saúde dos reféns israelenses mantidos em cativeiro desde 7 de outubro do ano passado. A metade está morta. O jornal do Catar Al-Arabi Al-Jadid cita uma fonte do Hamas que informa sobre a dificuldade de comunicação com os demais grupos extremistas palestinos. Embora o Hamas seja o principal interlocutor de Egito e Catar nas negociações, os reféns foram distribuídos entre outras organizações, como a Jihad Islâmica Palestina. "O Hamas enfatizou durante as negociações que estaria preparado para fornecer uma lista completa dos sequestrados vivos após o cessar-fogo", disse esta fonte. Israel quer receber uma lista antes de o acordo de cessar-fogo ser assinado. Já um outro membro do Hamas garante que o grupo forneceu uma lista com os nomes dos reféns vivos, afirmação negada por Israel. Esta mesma pessoa diz que, apesar disso, há dificuldades para entrar em contato com os demais grupos que mantêm os reféns sequestrados. Foco de Israel se volta para os houthis, no Iêmen Israel já realizou quatro ataques contra os houthis, o último deles na semana passada, deixando três mortos e 30 feridos. Após os houthis dispararem seis mísseis balísticos contra Israel num período de menos de duas semanas, as autoridades de defesa israelenses concluíram que não será possível conter os ataques do grupo radical iemenita apenas com ações pontuais. Os israelenses, portanto, consideram a possibilidade de uma guerra de duração prolongada, segundo informação publicada pelo portal N12. A expectativa é que Israel reúna mais dados e amplie os alvos a serem atingidos no Iêmen. Os ataques devem acontecer também com mais frequência. A cooperação com outros países também deve aumentar, uma vez que a atuação dos hutis não apenas ameaça Israel, mas o comércio internacional. Relatório da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, em inglês), do governo dos Estados Unidos, mostra que pelo menos 65 países, inclusive o Brasil, foram diretamente prejudicados pela ação dos houthis no Mar Vermelho, rota de passagem para entre 10% e 15% do comércio marítimo internacional. Ao menos 29 grandes empresas de energia e transporte alteraram planejamentos para evitar ataques houthis; o transporte de contêineres pelo Mar Vermelho caiu aproximadamente 90% desde dezembro de 2023. Uma guerra no Iêmen seria um desafio inédito a Israel, uma vez que envolve uma série de complexidades logísticas, já que há dois mil quilômetros separando os dois países. Israel se prepara também para possíveis efeitos na aviação civil, na medida em que os mísseis balísticos disparados pelos houthis provavelmente devem levar ao cancelamento de voos para o Aeroporto Internacional Ben Gurion, próximo a Tel Aviv.…
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