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Imprensa francesa analisa nomeação de 'premiê mais direitista' no país desde 1986
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Três revistas francesas nas bancas deste fim de semana repercutem a nomeação do primeiro-ministro de direita, Michel Barnier, pelo presidente Emmanuel Macron. A revista L'Express chega a perguntar, em sua capa que traz uma caricatura do chefe de Estado na garupa do premiê, "Como aguentar três anos?". Já a Le Point destaca um portrait em primeiro plano de Barnier em sua capa, com a manchete "O Regente – será que ele pode nos tirar do buraco?".
"Com Michel Barnier, de 73 anos, que se sentou pela primeira vez na sala do gabinete presidencial no governo de François Mitterrand, os eleitores não estão apenas testemunhando um retorno do velho mundo à vida política, mas também o retorno de um elemento reprimido do macronismo, que acabou colocando seu destino nas mãos de Marine Le Pen", analisa, sem papas na língua, a revista Le Nouvel Obs.
Segundo a mídia francesa, "seus detratores o descrevem como uma 'esponja' que se apropria das ideias dos outros e cuja 'principal qualidade' seria 'saber se cercar de bons amigos'". "Ele afirma manter amizades além de sua família política, inclusive na antiga base aliada do presidente, com políticos centristas como François Bayrou e Edouard Philippe, e promete expandir seu governo para incluir personalidades da esquerda", publica a revista.
"Mas quem vai querer se aliar ao primeiro-ministro mais direitista desde 1986, como definiu um ex-ministro socialista? 'Barnier é muito conservador. A união da direita chegou ao poder', acrescentou ele”, escreve Nouvel Obs.
"Ganhar tempo"
Já para a semanal L'Express, "o presidente tenta ganhar tempo com a nomeação de Michel Barnier, mas o preço é alto e a apostada, arriscada", considera a revista francesa. "Não se trata apenas de uma aposta política com um Parlamento dividido, mas de uma aposta social e coletiva em um país cada vez mais em erupção", publica L'Express.
"O presidente se impôs como missão a obrigação de achar um primeiro-ministro 'não-censurável' pela Assembleia Nacional. Essa regra, que não está escrita em nenhum lugar da Constituição, serve apenas a seus interesses políticos", sublinha.
A revista avalia que existe "uma real possibilidade" de o mandato presidencial de Macron não chegar ao fim, já que apenas uma primeira dissolução do Parlamento não traz maiores consequências. "Mas uma segunda pode ser fatal ao presidente", adverte a publicação, ao evocar a possibilidade de o governo de Barnier não se sustentar.
"Regente"
"O primeiro-ministro pode reverter a situação do país?", pergunta a revista Le Point. "A nomeação do ex-comissário europeu republicano reorganiza as cartas na direita francesa – e no primeiro escalão do Estado", publica.
"Assumindo o cargo de premiê de forma inesperada, em meio ao caos parlamentar, preso em um dilema entre um presidente da República enfraquecido, agarrado ao poder, e uma Assembleia tão fragmentada como sempre, contando com meio século de ativismo e experiência política em todos os níveis, Barnier sabe que seus compatriotas em geral não apostam em sua continuidade" no cargo, considera Le Point.
A revista conclui a reportagem com um "ato falho" do novo primeiro-ministro de Macron: "Durante sua primeira aparição na televisão como chefe de governo, Michel Barnier cometeu um discreto deslize, que curiosamente passou despercebido, ao se referir à sua posse dia anterior “nos degraus do Élys... de Matignon”, ou seja, referiu-se ao palácio presidencial (Elysé) e não ao da chefia de governo (Matignon). "O apetite vem quando a gente come", finaliza Le Point.
106 jaksoa
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Três revistas francesas nas bancas deste fim de semana repercutem a nomeação do primeiro-ministro de direita, Michel Barnier, pelo presidente Emmanuel Macron. A revista L'Express chega a perguntar, em sua capa que traz uma caricatura do chefe de Estado na garupa do premiê, "Como aguentar três anos?". Já a Le Point destaca um portrait em primeiro plano de Barnier em sua capa, com a manchete "O Regente – será que ele pode nos tirar do buraco?".
"Com Michel Barnier, de 73 anos, que se sentou pela primeira vez na sala do gabinete presidencial no governo de François Mitterrand, os eleitores não estão apenas testemunhando um retorno do velho mundo à vida política, mas também o retorno de um elemento reprimido do macronismo, que acabou colocando seu destino nas mãos de Marine Le Pen", analisa, sem papas na língua, a revista Le Nouvel Obs.
Segundo a mídia francesa, "seus detratores o descrevem como uma 'esponja' que se apropria das ideias dos outros e cuja 'principal qualidade' seria 'saber se cercar de bons amigos'". "Ele afirma manter amizades além de sua família política, inclusive na antiga base aliada do presidente, com políticos centristas como François Bayrou e Edouard Philippe, e promete expandir seu governo para incluir personalidades da esquerda", publica a revista.
"Mas quem vai querer se aliar ao primeiro-ministro mais direitista desde 1986, como definiu um ex-ministro socialista? 'Barnier é muito conservador. A união da direita chegou ao poder', acrescentou ele”, escreve Nouvel Obs.
"Ganhar tempo"
Já para a semanal L'Express, "o presidente tenta ganhar tempo com a nomeação de Michel Barnier, mas o preço é alto e a apostada, arriscada", considera a revista francesa. "Não se trata apenas de uma aposta política com um Parlamento dividido, mas de uma aposta social e coletiva em um país cada vez mais em erupção", publica L'Express.
"O presidente se impôs como missão a obrigação de achar um primeiro-ministro 'não-censurável' pela Assembleia Nacional. Essa regra, que não está escrita em nenhum lugar da Constituição, serve apenas a seus interesses políticos", sublinha.
A revista avalia que existe "uma real possibilidade" de o mandato presidencial de Macron não chegar ao fim, já que apenas uma primeira dissolução do Parlamento não traz maiores consequências. "Mas uma segunda pode ser fatal ao presidente", adverte a publicação, ao evocar a possibilidade de o governo de Barnier não se sustentar.
"Regente"
"O primeiro-ministro pode reverter a situação do país?", pergunta a revista Le Point. "A nomeação do ex-comissário europeu republicano reorganiza as cartas na direita francesa – e no primeiro escalão do Estado", publica.
"Assumindo o cargo de premiê de forma inesperada, em meio ao caos parlamentar, preso em um dilema entre um presidente da República enfraquecido, agarrado ao poder, e uma Assembleia tão fragmentada como sempre, contando com meio século de ativismo e experiência política em todos os níveis, Barnier sabe que seus compatriotas em geral não apostam em sua continuidade" no cargo, considera Le Point.
A revista conclui a reportagem com um "ato falho" do novo primeiro-ministro de Macron: "Durante sua primeira aparição na televisão como chefe de governo, Michel Barnier cometeu um discreto deslize, que curiosamente passou despercebido, ao se referir à sua posse dia anterior “nos degraus do Élys... de Matignon”, ou seja, referiu-se ao palácio presidencial (Elysé) e não ao da chefia de governo (Matignon). "O apetite vem quando a gente come", finaliza Le Point.
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