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Corrida eleitoral em Cabo Verde

11:11
 
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Manage episode 289692274 series 1108913
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Em Cabo Verde, decorre a campanha para as legislativas de 18 de Abril. Pandemia, crise, diversificação da economia, turismo e transportes são alguns dos temas a marcarem o debate. A RFI falou com todos os presidentes dos partidos na corrida aos votos e destaca algumas das propostas neste programa.

Ulisses Correia e Silva, Presidente do MpD, acredita na reeleição para primeiro-ministro, ainda que sublinhe que a pandemia tudo pôs em causa. O líder do MpD afirma que apesar da forte dependência do turismo, o sector vai continuar a ser o principal motor da economia mas com “maior desconcentração” e “diferenciação de produtos”. Ulisses Correia e Silva não exclui a nacionalização da Cabo Verde Airlines mas só “se houver necessidade disso” porque “em nenhuma circunstância” deixaria a empresa “ser destruída ou desaparecer”.

Ulisses Correia e Silva: “Se houver necessidade disso, portanto, seria uma medida extrema. Primeiro porque a Cabo Verde Airlines significa um procedimento estratégico de Cabo Verde no Atlântico Médio, o conceito hub está associado à transportadora nacional. Segundo: representa a nossa relação com a diáspora. A terceira razão é que a Cabo Verde Airlines representa 300 trabalhadores e representa uma história de aviação civil e um capital e um activo para o país que, em nenhuma circunstância, nós iríamos deixar ser destruída ou desaparecer. É por isso que nós fazemos forte aposta no sentido de garantir as condições para que a companhia continue a existir...

RFI: “A economia sofreu com a pandemia. Que propostas para a retoma económica?”

Ulisses Correia e Silva: “Primeiro a vacinação e atingirmos os 70% da vacinação dos cabo-verdianos de acordo com os grupos de risco porque isto é importante, em primeiro lugar, para a saúde, depois é importante para a retoma da actividade económica, particularmente o turismo.”

RFI: “A pandemia veio mostrar justamente que Cabo Verde está muito dependente do turismo. Como é que se pode diversificar a economia e não estar tão dependente do turismo?

Ulisses Correia e Silva: “Ora, em primeiro lugar é preciso dizer que esta pandemia pôs em causa tudo. Não só países que vivem do turismo, mas outras actividades económicas. É algo muito anormal e deve ser encarado como tal. Claro que nós temos uma dependência forte do turismo. O turismo irá continuar a ser o principal sector de actividade económica com maior desconcentração, aproveitando melhor as oportunidades e potencialidades de cada uma das ilhas e com maior diferenciação de produtos.”

Por sua vez, Janira Hopffer Almada, a presidente do PAICV, diz que “a prioridade das prioridades é garantir um país seguro em termos sanitários”. Depois, o objectivo é “relançar a economia”, através de um “novo turismo”, “nova agricultura”, “o cluster de pescas e do mar”, as economias criativas e a economia do conhecimento. A líder do PAICV quer renegociar o acordo de privatização da TACV, “renovar a companhia e recapitalizá-la” e “retomar as operações domésticas”.

Janira Hopffer Almada: “Para nós, a privatização dos TACV foi intransparente, foi um processo que não beneficiou o país, não beneficiou os cabo-verdianos e a nossa primeira proposta é renegociar o acordo de privatização dos TACV para servir os interesses do país.

Depois, pretendemos sim renovar a companhia e recapitalizá-la. Para nós, a companhia de bandeira é muito mais do que somente uma questão financeira. É uma questão de soberania, é uma questão de coesão territorial, é uma questão de mobilidade de pessoas e cargas, é uma questão também de ligação com a nossa diáspora pois nós devemos ser dos poucos países no mundo que tem mais cabo-verdianos fora de Cabo Verde do que no próprio país.

Em terceiro lugar, nós queremos, sim, retomar as operações domésticas. Não é aceitável que tenhamos ilhas com apenas um voo semanal como a ilha do Maio e a ilha de São Nicolau, sabendo claramente que nessas ilhas e em outras ainda não temos todas as respostas de saúde que são necessárias. Portanto, nós entendemos que as operações domésticas, aéreas, também são um factor de coesão territorial...”

RFI: “A economia sofreu com a pandemia. Que propostas para a retoma económica?”

Janira Hopffer Almada: “A prioridade das prioridades neste momento é garantir-se um país seguro em termos sanitários, portanto, nós priorizamos a vacinação. A nossa meta é garantir a vacinação de 70% da população cabo-verdiana até ao mês de Outubro porque temos de salvar a próxima época turística, a época alta, que é de Outubro até Março porque o turismo é o motor da economia cabo-verdiana.”

Quanto ao Presidente da UCID, António Monteiro, a prioridade é a regionalização, que vê como “o trunfo” do partido para viabilizar um governo sem maioria, através de alianças pós-eleitorais ou acordos de incidência parlamentar. O líder da UCID acredita que este ano o partido vai conseguir romper com a bipolarização política em Cabo Verde.

António Monteiro: “A UCID defende a regionalização desde os primórdios, desde a altura em que o partido foi criado na Holanda em 1978. (…) Mas a UCID insiste. Será um dos trunfos que nós vamos ter agora depois do dia 18 de Abril para estarmos com possibilidades de viabilizar este ou aquele governo e criarmos as condições para que os partidos todos se sentem à mesa e, portanto, consigamos encontrar a melhor forma de regionalização que o país precisa, apesar de nós, a UCID, defendermos a regionalização política, o que implicaria uma reforma profunda do Estado de Cabo Verde.”

RFI: “Já está a falar na possibilidade de alianças. Está a considerar essa possibilidade?”

António Monteiro: “Esta possibilidade está em cima da mesa. A questão aqui é ou haver acordos de incidência parlamentar ou mesmo haver a possibilidade de alianças e a UCID entrar para o governo caso tenhamos o número de deputados suficientes que rompa com a maioria absoluta e os dados que nós temos neste momento apontam nesse sentido.”

Este ano, também o PTS quer mudar o cenário político do país. Cláudio Sousa, presidente interino do partido, acredita que vai conseguir “abrir a sociedade para uma nova realidade política”. O jovem de 29 anos diz que Cabo Verde é um país rural e que a retoma económica passa pelo investimento na agricultura, pecuária e pescas. Cláudio Sousa defende, ainda, a nacionalização da Cabo Verde Airlines e o investimento em hospitais e recursos humanos.

Cláudio Sousa: “O que nós queremos neste momento é uma retoma da economia porque a situação do país não é muito boa e porque mesmo antes da epidemia/ pandemia da covid-19, a situação económica do país já estava péssima e com a pandemia a situação acabou por piorar cada vez mais.”

RFI: “A bipolarização política continua no país entre MpD e PAICV. O que é que o PTS tem feito contra isso e porque é que ainda não se conseguiu afirmar?”

Cláudio Sousa: “Nós não estamos num Estado bipolarizado. No caso cabo-verdiano nós não temos dois partidos, nós temos um só partido. Tanto o MpD como o PAICV ambos pertenciam ao PAIGC (…) Em Cabo Verde ainda estamos no sistema de partido único porque quando estamos a votar no MpD estamos a votar no PAICV e vice-versa. É uma elite que governa a sociedade.

O PTS - nós somos jovens que vieram de vários grupos sociais, nomeadamente de grupos de cidadãos que participaram nas últimas eleições autárquicas de 2020. Queríamos dar o nosso contributo ao nível legislativo para candidatar-se à Assembleia Nacional (…) Acreditamos que vamos abrir a sociedade para uma nova realidade, mas ainda vivemos uma única realidade desde 1975.”

Face ao choque da pandemia, Amândio Barbosa Vicente, Presidente do PP, considera que a economia deve deixar de estar “atrelada ao turismo” para passar a ser alavancada pelas pescas, agricultura, construção naval, energia limpa e uma reconfiguração do sistema político. O líder do PP é contra a privatização da Cabo Verde Airlines e defende a nacionalização da companhia apenas no mercado doméstico.

Amândio Barbosa Vicente: “As pescas e a agricultura deverão ser o motor da economia cabo-verdiana, muito ao contrário da posição que esses sucessivos governos vêm tomando, fazendo com que a economia cabo-verdiana esteja vinculada grandemente ao turismo.”

RFI: “Precisamente, a pandemia veio mostrar que Cabo Verde está muito dependente do turismo. No vosso programa defendem o turismo como “actividade económica complementar, nunca como actividade principal”. Mas o turismo é o motor da economia. Que propostas para o turismo e como diversificar a economia? “

Amândio Barbosa Vicente: “A diversificação da economia é ter uma economia vinculada a vários outros sectores. (…) Pesca, construção naval, aproveitamento da energia limpa, para além da reconfiguração do Estado. Temos de alterar a política fiscal, temos de ter uma reforma do sistema político. (…) Temos que começar passo a passo porque a economia cabo-verdiana não pode ficar atrelada ao turismo."

Quanto ao PSD, o presidente do partido João Além denuncia a privatização dos transportes em Cabo Verde e promete lutar contra a corrupção na política. O líder do PSD, de 85 anos, quer apostar em reformas na educação e saúde.

João Além: “Nós vamos, com certeza, começar pela saúde. A nossa saúde é uma saúde doente porque carecemos de todo o tipo de coisas. De maneira que nós teremos que, em primeiro lugar, trabalhar para evitar a transmissão desse vírus aqui em Cabo Verde, mas essa transmissão do vírus parece que continua no mesmo caminho. Os indivíduos vão fazer o teste e se saírem positivos vão para casa. Passam 14 dias e depois recebem um telefonema dizendo que já estão bons, sem nenhum medicamento e, pronto, já não são novamente testados e já estão por aí a andar. De maneira que nós temos em primeiro lugar saber se, de facto, o vírus aqui em Cabo Verde contamina e como é que nós devemos evitar essa contaminação.”

RFI: “Quais são os principais investimentos que faria em relação à saúde?”

João Além: “Os hospitais parece que têm o necessário só que a corrupção não deixa avançar. Quando se importa uma máquina para o hospital, dias depois a máquina está emperrada e não trabalha e não se ataca a responsabilidade de quem quer que seja. Nós temos as autoridades que parece que estão a dormir e nós estamos aqui para os despertar.”

As legislativas em Cabo Verde, que elegem 72 deputados, realizam-se a 18 de Abril. Há quase 600 candidatos a tentar conquistar os votos de mais de 393 mil eleitores no arquipélago e na diáspora. A concorrer em todos os 13 círculos eleitorais estão o MpD, PAICV e UCID. PTS e PP concorrem em seis círculos e PSD em quatro.

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Ulisses Correia e Silva, Presidente do MpD, acredita na reeleição para primeiro-ministro, ainda que sublinhe que a pandemia tudo pôs em causa. O líder do MpD afirma que apesar da forte dependência do turismo, o sector vai continuar a ser o principal motor da economia mas com “maior desconcentração” e “diferenciação de produtos”. Ulisses Correia e Silva não exclui a nacionalização da Cabo Verde Airlines mas só “se houver necessidade disso” porque “em nenhuma circunstância” deixaria a empresa “ser destruída ou desaparecer”.

Ulisses Correia e Silva: “Se houver necessidade disso, portanto, seria uma medida extrema. Primeiro porque a Cabo Verde Airlines significa um procedimento estratégico de Cabo Verde no Atlântico Médio, o conceito hub está associado à transportadora nacional. Segundo: representa a nossa relação com a diáspora. A terceira razão é que a Cabo Verde Airlines representa 300 trabalhadores e representa uma história de aviação civil e um capital e um activo para o país que, em nenhuma circunstância, nós iríamos deixar ser destruída ou desaparecer. É por isso que nós fazemos forte aposta no sentido de garantir as condições para que a companhia continue a existir...

RFI: “A economia sofreu com a pandemia. Que propostas para a retoma económica?”

Ulisses Correia e Silva: “Primeiro a vacinação e atingirmos os 70% da vacinação dos cabo-verdianos de acordo com os grupos de risco porque isto é importante, em primeiro lugar, para a saúde, depois é importante para a retoma da actividade económica, particularmente o turismo.”

RFI: “A pandemia veio mostrar justamente que Cabo Verde está muito dependente do turismo. Como é que se pode diversificar a economia e não estar tão dependente do turismo?

Ulisses Correia e Silva: “Ora, em primeiro lugar é preciso dizer que esta pandemia pôs em causa tudo. Não só países que vivem do turismo, mas outras actividades económicas. É algo muito anormal e deve ser encarado como tal. Claro que nós temos uma dependência forte do turismo. O turismo irá continuar a ser o principal sector de actividade económica com maior desconcentração, aproveitando melhor as oportunidades e potencialidades de cada uma das ilhas e com maior diferenciação de produtos.”

Por sua vez, Janira Hopffer Almada, a presidente do PAICV, diz que “a prioridade das prioridades é garantir um país seguro em termos sanitários”. Depois, o objectivo é “relançar a economia”, através de um “novo turismo”, “nova agricultura”, “o cluster de pescas e do mar”, as economias criativas e a economia do conhecimento. A líder do PAICV quer renegociar o acordo de privatização da TACV, “renovar a companhia e recapitalizá-la” e “retomar as operações domésticas”.

Janira Hopffer Almada: “Para nós, a privatização dos TACV foi intransparente, foi um processo que não beneficiou o país, não beneficiou os cabo-verdianos e a nossa primeira proposta é renegociar o acordo de privatização dos TACV para servir os interesses do país.

Depois, pretendemos sim renovar a companhia e recapitalizá-la. Para nós, a companhia de bandeira é muito mais do que somente uma questão financeira. É uma questão de soberania, é uma questão de coesão territorial, é uma questão de mobilidade de pessoas e cargas, é uma questão também de ligação com a nossa diáspora pois nós devemos ser dos poucos países no mundo que tem mais cabo-verdianos fora de Cabo Verde do que no próprio país.

Em terceiro lugar, nós queremos, sim, retomar as operações domésticas. Não é aceitável que tenhamos ilhas com apenas um voo semanal como a ilha do Maio e a ilha de São Nicolau, sabendo claramente que nessas ilhas e em outras ainda não temos todas as respostas de saúde que são necessárias. Portanto, nós entendemos que as operações domésticas, aéreas, também são um factor de coesão territorial...”

RFI: “A economia sofreu com a pandemia. Que propostas para a retoma económica?”

Janira Hopffer Almada: “A prioridade das prioridades neste momento é garantir-se um país seguro em termos sanitários, portanto, nós priorizamos a vacinação. A nossa meta é garantir a vacinação de 70% da população cabo-verdiana até ao mês de Outubro porque temos de salvar a próxima época turística, a época alta, que é de Outubro até Março porque o turismo é o motor da economia cabo-verdiana.”

Quanto ao Presidente da UCID, António Monteiro, a prioridade é a regionalização, que vê como “o trunfo” do partido para viabilizar um governo sem maioria, através de alianças pós-eleitorais ou acordos de incidência parlamentar. O líder da UCID acredita que este ano o partido vai conseguir romper com a bipolarização política em Cabo Verde.

António Monteiro: “A UCID defende a regionalização desde os primórdios, desde a altura em que o partido foi criado na Holanda em 1978. (…) Mas a UCID insiste. Será um dos trunfos que nós vamos ter agora depois do dia 18 de Abril para estarmos com possibilidades de viabilizar este ou aquele governo e criarmos as condições para que os partidos todos se sentem à mesa e, portanto, consigamos encontrar a melhor forma de regionalização que o país precisa, apesar de nós, a UCID, defendermos a regionalização política, o que implicaria uma reforma profunda do Estado de Cabo Verde.”

RFI: “Já está a falar na possibilidade de alianças. Está a considerar essa possibilidade?”

António Monteiro: “Esta possibilidade está em cima da mesa. A questão aqui é ou haver acordos de incidência parlamentar ou mesmo haver a possibilidade de alianças e a UCID entrar para o governo caso tenhamos o número de deputados suficientes que rompa com a maioria absoluta e os dados que nós temos neste momento apontam nesse sentido.”

Este ano, também o PTS quer mudar o cenário político do país. Cláudio Sousa, presidente interino do partido, acredita que vai conseguir “abrir a sociedade para uma nova realidade política”. O jovem de 29 anos diz que Cabo Verde é um país rural e que a retoma económica passa pelo investimento na agricultura, pecuária e pescas. Cláudio Sousa defende, ainda, a nacionalização da Cabo Verde Airlines e o investimento em hospitais e recursos humanos.

Cláudio Sousa: “O que nós queremos neste momento é uma retoma da economia porque a situação do país não é muito boa e porque mesmo antes da epidemia/ pandemia da covid-19, a situação económica do país já estava péssima e com a pandemia a situação acabou por piorar cada vez mais.”

RFI: “A bipolarização política continua no país entre MpD e PAICV. O que é que o PTS tem feito contra isso e porque é que ainda não se conseguiu afirmar?”

Cláudio Sousa: “Nós não estamos num Estado bipolarizado. No caso cabo-verdiano nós não temos dois partidos, nós temos um só partido. Tanto o MpD como o PAICV ambos pertenciam ao PAIGC (…) Em Cabo Verde ainda estamos no sistema de partido único porque quando estamos a votar no MpD estamos a votar no PAICV e vice-versa. É uma elite que governa a sociedade.

O PTS - nós somos jovens que vieram de vários grupos sociais, nomeadamente de grupos de cidadãos que participaram nas últimas eleições autárquicas de 2020. Queríamos dar o nosso contributo ao nível legislativo para candidatar-se à Assembleia Nacional (…) Acreditamos que vamos abrir a sociedade para uma nova realidade, mas ainda vivemos uma única realidade desde 1975.”

Face ao choque da pandemia, Amândio Barbosa Vicente, Presidente do PP, considera que a economia deve deixar de estar “atrelada ao turismo” para passar a ser alavancada pelas pescas, agricultura, construção naval, energia limpa e uma reconfiguração do sistema político. O líder do PP é contra a privatização da Cabo Verde Airlines e defende a nacionalização da companhia apenas no mercado doméstico.

Amândio Barbosa Vicente: “As pescas e a agricultura deverão ser o motor da economia cabo-verdiana, muito ao contrário da posição que esses sucessivos governos vêm tomando, fazendo com que a economia cabo-verdiana esteja vinculada grandemente ao turismo.”

RFI: “Precisamente, a pandemia veio mostrar que Cabo Verde está muito dependente do turismo. No vosso programa defendem o turismo como “actividade económica complementar, nunca como actividade principal”. Mas o turismo é o motor da economia. Que propostas para o turismo e como diversificar a economia? “

Amândio Barbosa Vicente: “A diversificação da economia é ter uma economia vinculada a vários outros sectores. (…) Pesca, construção naval, aproveitamento da energia limpa, para além da reconfiguração do Estado. Temos de alterar a política fiscal, temos de ter uma reforma do sistema político. (…) Temos que começar passo a passo porque a economia cabo-verdiana não pode ficar atrelada ao turismo."

Quanto ao PSD, o presidente do partido João Além denuncia a privatização dos transportes em Cabo Verde e promete lutar contra a corrupção na política. O líder do PSD, de 85 anos, quer apostar em reformas na educação e saúde.

João Além: “Nós vamos, com certeza, começar pela saúde. A nossa saúde é uma saúde doente porque carecemos de todo o tipo de coisas. De maneira que nós teremos que, em primeiro lugar, trabalhar para evitar a transmissão desse vírus aqui em Cabo Verde, mas essa transmissão do vírus parece que continua no mesmo caminho. Os indivíduos vão fazer o teste e se saírem positivos vão para casa. Passam 14 dias e depois recebem um telefonema dizendo que já estão bons, sem nenhum medicamento e, pronto, já não são novamente testados e já estão por aí a andar. De maneira que nós temos em primeiro lugar saber se, de facto, o vírus aqui em Cabo Verde contamina e como é que nós devemos evitar essa contaminação.”

RFI: “Quais são os principais investimentos que faria em relação à saúde?”

João Além: “Os hospitais parece que têm o necessário só que a corrupção não deixa avançar. Quando se importa uma máquina para o hospital, dias depois a máquina está emperrada e não trabalha e não se ataca a responsabilidade de quem quer que seja. Nós temos as autoridades que parece que estão a dormir e nós estamos aqui para os despertar.”

As legislativas em Cabo Verde, que elegem 72 deputados, realizam-se a 18 de Abril. Há quase 600 candidatos a tentar conquistar os votos de mais de 393 mil eleitores no arquipélago e na diáspora. A concorrer em todos os 13 círculos eleitorais estão o MpD, PAICV e UCID. PTS e PP concorrem em seis círculos e PSD em quatro.

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